Banho de saudade

Uma das coisas mais legais que fazia na infância era jogar bola na chuva. No verão então, era uma felicidade só. Toda a gurizada se reunia e as peleias duravam horas, mesmo depois de cessada a chuva.

Esses dias fui jogar meu futebol sagrado, não mais a céu aberto, e acabei voltando para casa encharcado pela chuva que peguei no caminho. Foi inevitável não lembrar do tempo em que a calha do bar servia de chuveiro para os atletas mirins da rua.

Hoje, o bar não existe mais. Vai virar um edifício. O escrete que se machucava jogando na lama se perdeu nos caminhos que a vida nos abre.

Hoje, nem mesmo as divididas são as mesmas, porque se quando era criança se perdia apenas umas duas semanas de aula devido a uma lesão, hoje é preciso bater ponto no trabalho na segunda-feira.

A chuva, que antes trazia alegria, hoje serve para tirar uma sesta depois do almoço. É, o tempo passa.

Não fique com a impressão de que estou me achando um velho, é apenas um pensamento saudosista.

Culpa da chuva…

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