Final de semana e, como de costume, fui jogar meu futebol. Estava irritado. A ressaca da noite anterior ainda estava forte e eu estava sem o mínimo tesão para jogar bola – fato raro, diga-se de passagem.
Resultado: joguei com raiva. Não que isso seja bom, mas às vezes um pouco desse sentimento faz a gente correr mais e até mesmo jogar mais do que se sabe. Joguei bem (ou mais do que jogo) até no gol, coisa que eu odeio fazer, não sei se foi a raiva ou o álcool que ainda corria em minhas veias, mas fato é que valeu ter ido, mesmo de má vontade, jogar a tal da pelada semanal.
Pegando de gancho o chocolate dado pelo espetacular Barcelona em cima do Santos, creio que faltou uma certa raiva ao time paulista. Talvez raiva não seja lá a palavra certa, na verdade faltou um pouco de humilde de saber que jogaria com o melhor time do planeta e a defesa seria a maior virtude para, num contrataque, vencer a partida, e também um pouco de pegada, para fazer tal marcação serrada em cima do time catalão.
Evidente que isso não garantiria a vitória do time santista, penso que o Barcelona ganharia de qualquer jeito, mas o fiasco certamente seria menor. A raiva faz parte do futebol – que como todos sabem é o esporte mais passional que existe. Essa coisa do politicamente correto, como fazer uma falta e logo em seguida ir pedir desculpas ao adversário, é um saco.
Não prego que o Santos tivesse dado um pau no Barcelona e partido para a ignorância, não é isso. Penso que em determinadas situações, ir à campo com um pouco de irritação é bom. Como por exemplo, provar para todo o mundo que o Barcelona não é imbatível.
Além do futebol, faltou raiva para o Santos.